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Teria Escrito "O Ativo" em Vez de "O Capital"

Na época de Karl Marx havia pouco capital e poucos capitalistas.

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Tanto que os marxistas criaram como seu símbolo a foice e o martelo, bens de capital que custam menos que R$ 10,00.

Um tear mecânico custava na época em torno de R$ 1.000,00, só que aumentava a produtividade do tecelão em mais de dez vezes.

Num primeiro momento, este aumento de produção não chegava a afetar o preço do tecido que ficava praticamente igual, nem do trabalhador.

Os primeiros donos de teares passaram a ganhar nove vezes mais do que na produção manual.

O lucro inicialmente se tornou colossal.

Foi isto que Karl Marx viu, e infelizmente achou que era o normal e não um fenômeno sui generis.

Do dia para a noite, o lucro que era de 10% sobre um tecido passou a ser de 50%, uma baba. O que permitiu a compra de mais teares.

Pergunte a um Empresário ou Capitalista o que ele acha de fornecedores que embutem margens de lucro de 50%.

Garanto que ele responderá “um bando de ladrões”. A mesma análise feita por Karl Marx. Como isto é possível?

Karl Marx não entendia de Processos Dinâmicos. Não tinha à sua disposição um Excel.

Não conseguiu ir além da sua análise da situação da época, não conseguia simular o futuro, como tudo isto iria terminar.

Sem Excel e Matemática de Processos Dinâmicos, Marx achava que os capitalistas seriam cada vez mais ricos, e os trabalhadores cada vez mais pobres.

Isto porque ele não reconhecia o valor dos engenheiros inventores das máquinas da revolução industrial, e dos administradores com suas novas técnicas gerenciais.

Ele argumentava que o aumento de produtividade obtido pelas máquinas dos engenheiros e os processos dos administradores deveria reverter somente para os trabalhadores.

Isto porque segundo ele, só o trabalho enobrece e acrescenta valor.

Os fisiocratas anos antes também usaram argumento parecido, que só a agricultura acrescentava valor, e por isto o Estado deve protegê-lo.

No caso de Marx, se um trabalhador trabalhava oito horas e produzia um metro de tecido, porque ele deveria continuar a receber as mesmas oito horas, se sua produtividade aumentara em 10 vezes?

Portanto, ele queria que toda esta mais valia fosse para o trabalhador.

Marx não era contra o lucro do engenheiro, algo que muitos Marxistas esqueceram, Marx admitia que o engenheiro recebesse o lucro sobre um metro de tecido, aquele antes do aumento de produtividade. E que recebesse a depreciação da máquina que ele inventou e as horas trabalhadas ao construí-la.

Para um trabalhador sem escolaridade Marx tem uma lógica interna, todo mundo ganha, o que para o trabalhador parece justo.

Infelizmente, os engenheiros parariam de inovar, como ocorreu em Cuba e na União Soviética. Você não tem nenhum produto em casa inventado na Rússia nem em Cuba.

E os administradores deixariam de ser administradores, e você de fato não leu livros de administração vindos da Rússia nem de Cuba, apesar de mais de 10.000 serem escritos por ano.

O que Karl Marx não entendeu?

O mínimo de administração.

As empresas reinvestem 90% dos seus lucros. Devolvem por assim dizer a mais valia de Marx de volta para a sociedade. Não para comprar iates, mas sim comprando mais e mais  teares.

Maior produtividade e mais teares começavam a saturar o mercado da época e os preços despencaram. Muito mais do que pela metade.

No fundo, a chamada mais valia de Marx foi reduzindo. 30% acabou virando aumento de salários, 50% acabou virando redução de preços, e 20% ficou de fato para os engenheiros e administradores pelo seu esforço e inovação.

Mas vejam o mais interessante. Trabalhadores são também consumidores, e no fundo 80% da “mais valia” nos anos seguintes foi para o trabalhador.

Estas porcentagens variam de país para país, e de ano para ano.

Na Coreia do Sul, um dos países capitalistas mais eficiente do mundo, todo ganho de produtividade se reverte imediatamente em redução de preço. Nem o trabalhador individual nem o capitalista se beneficiam da mais valia.

A redução de preços gera mais consumo, e embora o trabalhador fique na mesma, mais trabalhadores arrumam emprego. O capitalista ganha no aumento de produção e não na expropriação da mais valia.

Tudo sem violência, quer consumir, consuma, quer trabalhar, trabalhe, ninguém é obrigado a fazer nada.

Na filosofia de Karl Marx, como engenheiros não concordaram com a Teoria que de fato não fazia sentido prático, só ideológico, a única forma de reduzir a “mais valia” era por uso da violência humana.

Pela luta revolucionária, matando os engenheiros burgueses ou estatizando as suas máquinas, pelo uso da violência.

Milhões de vidas foram sacrificadas, todos os administradores de Cuba e Rússia foram dizimados, todos os contadores e auditores, declarados espiões do capitalismo.

Hoje, o lucro embutido num produto de R$ 100,00 que você compra, é por volta de R$ 2,00, dependendo do produto. Novela da Globo você nem paga o produto.

Honestamente, você se incomoda em dar 2% do preço do produto para o empreendedor que criou o produto que não existia, que organizou toda a equipe de produção, que gerou todo o sistema administrativo, que paga bem seus funcionários dando creches, educação e fundos de pensão que deveriam ser função do Estado?

Que arrisca um dia quebrar e perder tudo porque você não gosta do produto, que produz antecipadamente para que você sempre possa comprar aquilo que precisa?

Eu não pegaria em armas para destruir este sistema, eu não seria uma guerrilheira como foi a economista Dilma, tudo isto para entregar empresas estatizadas a gestores de estatais que nem sempre são tão eficientes e comprometidos com o consumidor.

Se aparecer um setor com 50% de lucro, hoje em dia a saída de um governador que sabe administrar um país é permitir mais concorrência entre as empresas, que irá reduzir a margem de lucros e os preços, em vez de dar poderes monopolísticos à Petrobras, à Vale, aos Correios, à Caixa, ao Banco do Brasil e assim por diante.

Karl Marx nunca estudou administração, e não percebeu que capitalismo se combate com mais capitalismo, com mais “concorrência”, algo que não existe nas escolas de Marxismo, onde os professores têm monopólio, emprego vitalício, onde o melhor aluno jamais lhe substituiria como professor.

Marxistas, Socialistas, Trotskistas, Maoistas, Stalinistas, Chavistas, Castristas, enfim, não perceberam que já em 1800, administradores estavam substituindo os barões capitalistas do passado e que os trabalhadores seriam proprietários das ações das empresas em que trabalhavam, via os Fundos de Pensão que nós administradores criamos.

Metade das ações das 500 maiores empresas americanas estão hoje na mão de seus funcionários, e a outra metade nas mãos das viúvas dos antigos funcionários.

Fomos nós administradores que implantamos a justiça que Marx tanto sonhou, e não os acadêmicos socialistas como Arrow, Joan Robinson, e Paul Sweezy.

Karl Marx ensinou três gerações de acadêmicos a pregarem a estatização, os monopólios estatais.

Petrobras, Vale, Eletrobras, Sabesp vendem commodities até hoje.

Se Karl Marx tivesse estudado administração, Rússia, Cuba, China, Índia e o Brasil não estariam tão atrasados como estão hoje.

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A Missão do Administrador Copyright © 2014 by Stephen Kanitz is licensed under a Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License, except where otherwise noted.

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